Passados os primeiros 30 dias da gestão Andrei Gonçalves (MDB), algumas posições ficaram evidenciadas: disposição para mostrar que quer acompanhar de perto, presencialmente, todas as ações de governo, busca por aproximação com os governos estadual e nacional; inquietação das bases no que diz respeito às nomeações e denúncias recorrentes sobre a situação deixada pela gestão Suzana Ramos (PSD), última gestora do município.
No quesito “vontade” o prefeito Andei vem dando demonstrações de que será um fiscal presente no dia a dia da gestão, com presença constante em todas as ações governamentais, incluindo as de menor porte, que chegam imediatamente às suas redes sociais, promovendo a gestão e, por consequência, a imagem do novo gestor.
Eleito por uma frente de partidos, como era de se esperar, permeia nas bases uma inquietação em relação à ocupação de cargos em praticamente todos os escalões, o que não é uma novidade em governos eleitos sobre este prisma. Com praticamente 100% dos cargos de primeiro escalão definidos, pelo que se sabe, o que incluiu secretarias diretas e cargos especiais, a atenção agora fica por conta dos escalões inferiores, onde há muito cargo, mas menos do que o ideal para acomodar todos, incluindo os profissionais necessários para fazer a máquina funcionar a contento.
Nesses primeiros 30 dias o prefeito Andrei já foi a Salvador diversas vezes, esteve em Brasília e aqui e ali aparece ladeado por lideranças estaduais ou nacionais, a exemplo do Governador Jerônimo Rodrigues, secretários do governo do estado e ministros do Governo Lula, a exemplo do Ministro dos Transportes, Renan Filho, do MDB, seu partido, que esteve recentemente na região para uma visita em loco às obras da Travessia Urbana do município, a menina dos olhos de todos os gestores que passaram, desde que a obra foi pensada.
O prefeito Andrei Gonçalves pode ganhar o privilégio de cortar a fita da inauguração, sonho que muitos dos que passaram pela prefeitura nos últimos 20 anos tiveram, sem sucesso, traídos pelo arrastar das obras, pela falta de recursos ou de lideranças, mas que agora já tem até data para finalização: julho de 2026, por coincidência, ano de eleições para presidente, o que dá ainda mais chances dele subir no palanque de inauguração ao lado de Lula, provável candidato à reeleição. Misael, Joseph, Isaac Carvalho, Paulo Bonfim, ficaram distantes, Suzana Ramos tirou um fino e Andrei, se não houver uma catatombe, já que governa pelo menos até 2028, com dois anos além do prazo previsto para entrega da obra, tem amplas chances de cortar a fita.
O prefeito, que nesses 30 dias fez entregas menores, em parceria com o governo do estado, como máquinas, ambulâncias, viaturas, apostou mais alto no pedido ao governo federal: uma nova ponte. O pedido, assinado em parceria com o prefeito de Petrolina, Simão Durando, foi feito presencialmente ao Ministro dos Transportes, Renan Filho, semana passada, mostrando que o eleito sonha alto.
O que poderia ser um ponto negativo, a suspensão do carnaval, festa mais tradicional da cidade, pelas opiniões e enquetes realizadas até o momento, parece não ter causado estragos consideráveis, diante da situação anunciada como “herança calamitosa”, conforme declarações do novo governo em relação à situação financeira deixada pelo governo anterior.
Se utilizassemos a prática simbólica dos 100 dias, que governos pelo Brasil afora pedem de tolerância, prazo para arrumar a casa, conhecer o terreno e “tomar pé das coisas”, Andrei Gonçalves tem ainda 60 dias para azeitar as engrenagens e botar a máquina para andar.
fonte: RGN