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O presidente Lula (PT) e o recém-empossado chefe da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) estiveram frente a frente durante evento desta segunda-feira (10), mas evitaram o tema dos ataques do 8 de janeiro de 2023.
Os dois discursaram no evento de entrega do Selo Nacional Compromisso com a Alfabetização, concedido a estados e municípios que se destacaram no processo de alfabetização de crianças na idade adequada, mas não abordaram o tema em suas falas.
Numa conversa em uma antessala do auditório, Motta reafirmou ao chefe do Executivo a intenção de ajudar o governo federal no que for preciso.
Na sexta-feira (7), em entrevista a uma rádio da Paraíba, seu estado, o presidente da Câmara disse que as depredações à sede dos Três Poderes foram uma “agressão inimaginável” às instituições, mas não poderiam ser classificadas como uma tentativa de golpe de Estado.
Na noite desta segunda, Motta se limitou a elogiar o Selo e disse que a política deveria ser mais do que uma ação do governo, e sim uma política de estado.
Lula, por sua vez, falou da responsabilidade dos gestores estaduais e municipais com a educação e o papel de parceria com o governo federal.
Desde seu discurso de posse, Motta tem passado recados indiretos ao judiciário, com mensagens de respeito e autonomia a cada um dos Poderes.
Um dos principais tópicos de disputa em torno do tema é o projeto que tramita na Câmara com o objetivo de anistiar os condenados pelo 8 de janeiro. A pauta é defendida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e criticada pela ala governista.
Motta, que foi apoiado por partidos de ambas as frentes, já afirmou que irá retomar as discussões sobre o tema e defendeu a criação feita pelo ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL) de uma comissão própria para discussão da anistia.
No encontro que aconteceu no primeiro dia do ano legislativo, Lula defendeu parceria com o Congresso e prometeu escutar tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado Federal antes de enviar propostas para análise das Casas, durante seu primeiro encontro com Hugo Motta e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) — eleito ao Senado.
Mariana Brasil/Catia Seabra/Folhapress/Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados