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Muita gente da política parou para refletir sobre as intenções de Lula em anunciar o nome da deputada Gleisi Hoffmann (PR-PR) como ministra da SRI (Secretaria de Relações Institucionais), órgão responsável pela articulação política do governo, tanto no Congresso quanto em relação ao Judiciário e a outras esferas da federação. A presidente do PT, que deixará o cargo para assumir a vaga, é tida por políticos do Centrão, grupo que domina as duas Casas legislativas, como dura nas negociações e, ao nomeá-la, Lula estaria radicalizando, dobrando a aposta.
Nesta semana, em uma conversa com aliados, José Dirceu fez uma previsão pessimista sobre a nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política do governo.
Disse Dirceu: “Vai dar Dilma!”
O fatalismo, entretanto, não é compartilhado por todo o PT, principalmente a parte que está em pé de guerra com os paulistas, por não quererem o diretório de SP no comando do partido, além de terem as pastas da Fazenda, Saúde, Trabalho e Desenvolvimento Agrário.
Para essa ala, Gleisi nas Relações Institucionais significará um jogo altivo com o Congresso.
Gleisi teve alguns momentos asperosos com o Centrão e muitos embates com a oposição, num estilo mais faca na caveira do que modo light de Alexandre Padilha.
Ao confirmar que aceitou o convite de Lula, a deputada escreveu em suas redes sociais que sempre entendeu “que o exercício da política é o caminho para avançarmos no desenvolvimento do país e melhorar a vida do nosso povo” e disse que está disposta a dialogar democraticamente com os partidos, governantes e lideranças políticas. “Como fiz nas posições que ocupei no Senado Federal, na Câmara dos Deputados, na Casa Civil, na Diretoria de Itaipu e, atualmente, na presidência do PT. É dessa forma que espero corresponder à confiança do presidente, em uma construção conjunta com os partidos aliados, o Congresso Nacional e demais instituições”, postou Gleisi.
“Gleisi não tem perfil para articulação. Foi assim no governo Dilma, e o resultado foi o pior possível. Se a relação do Planalto com o Congresso já estava ruim, tende a piorar”, disse o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS).
Jornal Estado de Minas/Foto: Divulgação