
O Carnaval 2025 de Petrolina terminou como começou, e não poderia ser diferente. Nos quatro dias da folia, turistas e população local se misturaram nos quatro polos da cidade, contagiados pelo clima de paz e animação proporcionados pelos artistas que desfilaram seu talento.
O grande homenageado deste ano foi o filho da terra – o cantor e compositor Geraldo Azevedo, que completou 80 anos. Uma das homenagens foi o nome que cada polo da folia recebeu, fazendo referência a três canções marcantes do artista: ‘Táxi Lunar’, na Orla; ‘Bicho de Sete Cabeças’, no Multicutural Matingueiros; e ‘Canta Coração’, na Praça 21 de Setembro.
“Canta, canta passarinho/canta, canta miudinho/na palma da minha mão“. foi conforme a letra da canção “Canta Coração” que os pequenos foliões, jovens e idosos curtiram o último dia de carnaval em Petrolina. Na calmaria do coração com o passo suave do passarinho, no miudinho e no samba que as famílias curtiram a apresentação de Fernando Júnior, Swing Samba e Visão Musical na Praça 21 de Setembro.
O aposentado Raimundo Santos reforçou a importância da preservação cultural. “Eu sou de uma época que essa cidade se enfeitava, inúmeros desfiles de escolas de samba. O que tenho gostado de ver é que mesmo com o passar do tempo, a cultura permanece preservada. Está muito lindo, e mais gratificante ainda é ver as crianças brincando essa festa popular com seus familiares“, destacou o aposentado.
No Polo Bicho de Sete Cabeças (Multicultural Matingueiros), a energia foi intensa e vibrante, como a canção que deu nome ao polo e traduz a força e a beleza da tradição carnavalesca. A estudante Alanne Soares descreve com satisfação a festa. “É um local extremamente de referência à cultura, ritmos e muita união. Aqui vivenciamos momentos marcantes, e hoje, as atrações foram sensacionais, e como bem descreve Geraldo Azevedo: ‘Não tem coração que esqueça’. Não vamos esquecer jamais deste carnaval que respeita a tradição e mantém viva a cultura em todas as suas vertentes“, explicou.
Saudade
No polo Orla a canção que ecoou como tema da festa foi “Apenas apanhei, na beira-mar, um táxi pra estação lunar, apenas apanhei, na beira-mar, um táxi pra estação lunar“. Mas esse táxi não foi para lua. Ele estacionou às margens do Rio São Francisco, e quem estava por lá ficou admirado com as apresentações dos artistas Edênio Lima, Alan Cléber, o jovem recifense Juciê, que desceu do palco e foi cantar e curtir com os foliões, e com o artista Thiaguinho Carvalho, responsável por encerrar a festa. A viagem no “Táxi Lunar” fechou a última noite de folia deixando um gostinho de saudade, associado a uma festa popular tranquila e de muita paz.
Fotos 1 , 2 e 3: Ayrton Latapiat/Foto 4: Erlon Alexandre/Ascom PMP