Os Estados Unidos não vão mais importar petróleo da Rússia. A medida foi anunciada pelo presidente Joe Biden em pronunciamento na Casa Branca na tarde dessa terça-feira (8/3). Essa é a mais nova sanção que visa cessar a agressão russa contra a Ucrânia. A decisão já era esperada e levou o preço do barril do petróleo a ultrapassar a faixa de US$ 130. A expectativa é que os preços subam ainda mais.
“Sei que muitos dos nossos parceiros não poderão tomar a mesma medida”, disse Biden. “Vamos aumentar a pressão sobre Putin e sua máquina de guerra. Junto com aliados, estamos implementando o mais significativo pacote de sanções já feito na história, deixando buracos na economia russa. O rublo vale agora menos de um centavo de dólar”.
Biden disse também que tomará decisões para evitar que a medida cause aumento nos preços dos combustíveis em solo americano. Ele anunciou que 60 milhões de barris de petróleo serão liberados para o mercado interno, sendo 30 milhões vindos da reserva estratégica do governo.
“Putin parece determinado a continuar nesse caminho da morte, não importa o quanto isso vai custar”, declarou Biden. “Ele atacou a maior usina nuclear do mundo sem pensar que isso poderia ter causado um desastre gigantesco. A Ucrânia não será uma vitória para Putin”.
A Rússia alertou anteriormente que, caso o embargo americano se concretizasse, o preço do barril poderia chegar a US$ 300, mais que o dobro do valor atual. O país também sinalizou que pode haver retaliações, como o fechamento do principal gasoduto para a Alemanha.
Na Europa
O Reino Unido também pode banir a compra do petróleo russo. A União Europeia (UE) pretende anunciar hoje o seu planejamento estratégico para reduzir a dependência de gás e petróleo do país antes de 2030, mas não adotará sanções imediatas à compra dos produtos.
Por dia, o bloco europeu importa 4,3 milhões de barris de petróleo da Rússia, representando cerca de 27% do produto comprado de fora. As importações vindas do país presidido por Putin também representam 41% do gás e 47% do carvão comprados pela Europa. Já as compras dos Estados Unidos são consideravelmente menores: em torno de 400 mil barris diários.
CB/Foto: AFP