
Poucos confrontos no futebol brasileiro despertam tanta paixão e rivalidade como o Ba-Vi, clássico que reúne Bahia e Vitória, os dois maiores clubes do norte-nordeste. Com dezenas de confrontos memoráveis em campeonatos nacionais e regionais, o Ba-Vi é palco de emoções intensas, representando não apenas a disputa esportiva, mas também a cultura e a identidade de uma vasta região. Apesar do domínio recente do Bahia em competições nacionais, o Vitória manteve viva a chama da rivalidade e a esperança de reencontrar o caminho do triunfo no clássico.
No jogo deste domingo, realizado na Arena Fonte Nova, o Bahia dominou completamente o primeiro tempo, mesmo com um jogador expulso logo no início da partida. O time tricolor controlou as ações, criou as melhores chances e abriu o placar com Erick Pulga, demonstrando organização e superioridade tática. O Vitória, apático na etapa inicial, teve apenas breves lampejos de ofensividade e pouco criou para ameaçar a meta adversária.
No segundo tempo, o Vitória voltou com outra postura, pressionando intensamente o Bahia. Renato Kayzer, que chegou para reforçar o ataque, brilhou e marcou um belo gol que animou o time rubro-negro e a torcida. Apesar da melhora, a defesa do Vitória mostrou fragilidades graves, permitindo o gol decisivo de Michel Araújo em uma jogada confusa na pequena área. A expulsão de Pepê dificultou ainda mais a reação do Vitória, que viu a força criativa e o ânimo minguarem até o apito final.
O clássico evidenciou que tanto Bahia quanto Vitória precisam melhorar muito para aspirar voos maiores no Campeonato Brasileiro. O Bahia possui um elenco forte, mas precisa ajustar o condicionamento físico e a organização tática para ser mais consistente. Já o Vitória mostra potencial ofensivo e vontade, especialmente com a chegada de Renato Kayzer, mas sofre com uma zaga desorganizada que compromete seus resultados. No fim, o Bahia mereceu o triunfo pelo senso de oportunismo mais apurado. Mas que ambos precisam melhorar, e muito, ah, isso precisam.
Teobaldo Pedro,
Torcedor (realista) do Vitória