Relaxamento do uso de máscara é prematuro, afirma Fiocruz; Rui estuda liberação na Bahia

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Foto: Marcelo Camargo/Arquivo/Agência Brasil

Iniciativas de flexibilizar o uso de máscara e suspender outras medidas de distanciamento social no Brasil podem ser precoces, afirma a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em boletim epidemiológico sobre a Covid divulgado nesta sexta (11).

Segundo a instituição, continuar com essas medidas é importante para cobrir lacunas, como a baixa cobertura vacinal, no combate ao coronavírus.

“A vacinação por si só não é suficiente para controlar a pandemia e prevenir mortes e sofrimento, é fundamental que se mantenha um conjunto de medidas combinadas até que o patamar adequado de cobertura vacinal da população alvo seja alcançado”, afirmam os pesquisadores no documento.

A Fiocruz menciona um estudo americano publicado na revista The Lancet que avaliou os impactos positivos do uso de máscara mesmo depois de se atingir um nível alto de vacinação da população. Na pesquisa, cientistas utilizaram modelos matemáticos e observaram como o uso do equipamento pode salvar milhares de vidas e ainda economizar recursos financeiros da saúde pública.

Para a Fiocruz, o surgimento de novas variantes mais transmissíveis, como a ômicron e a delta, e a perda de eficácia das vacinas são indicativos para a continuidade do uso de máscara. “As incertezas envolvidas nesse processo pandêmico valorizam ainda mais [a utilização das máscaras]”, afirmam os autores do boletim.

Atualmente, alguns estados já suspenderam a obrigatoriedade do item em espaços abertos, como é o caso de São Paulo, que anunciou a flexibilização nesta quarta-feira (9).

Há ainda locais, como a cidade do Rio de Janeiro, que agora dispensam a máscara também em ambientes fechados. Na capital fluminense, a mudança entrou em vigor na segunda-feira (7).

No boletim, a instituição também chama atenção para o fato de a letalidade por Covid-19 no país ter tido um aumento na comparação com a semana anterior.

Segundo os dados, a média da letalidade no Brasil estava em torno de 0,3% no início de 2022, quando houve a explosão de casos diante do alastramento da ômicron. Nesta semana, esse valor evoluiu para aproximadamente 1%.

Para os pesquisadores, esse incremento na mortalidade “pode demarcar o fim de um período de alta transmissibilidade da doença, bem como deve servir como alerta para a possível ocorrência de casos graves, principalmente entre grupos populacionais mais vulneráveis, não vacinados ou com esquema de vacinação incompleta”.

Outro ponto abordado foi a questão da quarta dose, que ainda gera debate entre especialistas sobre se deve ou não ser adotada no país.

No caso da Fiocruz, houve a menção à importância de abordar esse assunto, já que se aproxima o marco de seis meses em que as primeiras doses de reforço foram dadas a idosos, grupo populacional de grande risco para a Covid.

Folhapress

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