
Durante a convenção estadual do Partido Verde (PV) da Bahia, realizada neste sábado (31), no Centro de Cultura da Câmara de Vereadores de Salvador, o presidente estadual da sigla, Ivanilson Gomes, comentou a movimentação nos bastidores sobre a possibilidade de o Partido dos Trabalhadores (PT) lançar, em 2026, uma chapa puro-sangue.
Ao ser questionado por Política Livre sobre o impacto que essa estratégia poderia ter na participação do PV dentro da federação, Ivanilson destacou que, embora a força eleitoral pese na definição das chapas, a política deve se basear em alianças amplas e diversas.
“Eu acho que a composição de uma chapa, é claro que a gente entende que o primeiro passo é feito baseado na força eleitoral de cada um que compõe aquela chapa. Mas quando você fala em um processo de alianças com partidos e ideias diferentes, é evidente que a força não pode ser individualizada, ela tem que ser coletiva. E para ela ser coletiva, é preciso que haja a participação de outros partidos”, afirmou.
Segundo ele, manter uma composição heterogênea é essencial para representar a pluralidade da sociedade baiana e preservar a coalizão para a continuidade do projeto político do PT na Bahia.
“É preciso que haja uma composição com um partido que inclusive pense diferente do PT, que pense diferente do PCdoB, que pense diferente do PV. Eu acho que é muito natural e é muito importante que haja essa coisa, uma composição mais heterogênea, porque o puro-sangue dá uma ideia de que os outros partidos não conseguiram ou não conseguem, digamos assim, representar as ideias de quem hoje está no comando, que não conseguem agregar valor em uma disputa eleitoral”, completou.
Para Ivanilson, restringir a construção da chapa apenas a um partido sinalizaria exclusão do debate público. Ele defendeu que o diferencial do PT na política baiana sempre foi a capacidade de diálogo e inclusão.
“Acho que é muito ruim, isso não é uma resposta bacana para a sociedade. A sociedade é plural, a sociedade pensa diferente. E foi exatamente isso que fez com que o Partido dos Trabalhadores pudesse ter essa longevidade no poder na Bahia: compreender essa diversidade que é a política baiana e fazer uma composição baseada em pensamentos diferentes, mas com propósitos iguais, que é governar a Bahia para todos e para todas”, concluiu.
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