O presidente de honra do MDB da Bahia, Lúcio Vieira Lima, em conversa com o Política Livre na noite de sexta-feira (25), declarou, a respeito das especulações que dão como encaminhado o apoio da sigla à pré-candidatura de Jerônimo Rodrigues (PT) ao governo estadual, que, neste momento, o partido está 50% com o petista e 50% com o grupo liderado pelo ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), pré-candidato ao governo estadual. O foco dos emedebistas – e o que pode desempatar esse jogo – é a melhor oferta de cada um dos players do jogo para a formação da nominata do MDB para disputar a Câmara dos Deputados.
“Foi noticiado que o MDB indicaria o vice de Jerônimo. Também noticiaram que o MDB indicaria Geraldinho [o vereador de Salvador Geraldo Júnior] para a vice de Neto. Qual das duas notícias está correta? As duas. Não posso ser responsável pelo que os outros dizem”, disse Lúcio, que afirmou que fontes ocultas não falam pelo MDB, mas somente ele ou o presidente estadual Alex Futuca. Ele salientou que o objetivo do partido é eleger uma bancada de deputados federais.
“Não adianta eu ter vice de Neto ou de Jerônimo e não eleger deputado. Sem ter deputado em Brasília, daqui a pouco nem nomeio a secretaria acertada. […] Na hora que um [dos lados] trouxer [nomes para formar a nominata para a disputa de federal], está encerrado o assunto”, reiterou, com pragmatismo. Lúcio Vieira Lima sabe que o MDB é a galinha dos ovos de ouro do momento: tem tempo de TV e estrutura para o candidato que apoiar e ainda e, do lado petista, é a chance de dar o troco pela ida do PP para a base netista.
O pragmatismo se dá também quanto à possibilidade de fazer composições com candidatos a federal que apoiem tanto Neto quanto Jerônimo. Lúcio destacou que tanto o ex-secretário Fábio Vilas-Boas quanto o vereador Geraldo Júnior podem apoiar tanto o pré-candidato do PT quando o do União Brasil. “Ninguém será punido por apoiar o candidato que preferir. O nosso interesse é dar as melhores condições para eleger deputados federais”, ratificou. Se o MDB apoiar Neto, Fábio Vilas-Boas pode fazer o que for para Jerônimo. Da mesma forma, Geraldinho [numa situação inversa]. Ou é só Neto que pode ter palanque aberto para presidente e eu não posso ter para governador?”, questionou.
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Na negociação para acolher o MDB, já estaria apalavrada a entrega da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) – até pouco tempo comandada por Marcelo Nilo, que deixou o PSB e o governo. Também na sexta-feira (25), petistas trabalhavam com a hipótese de os emedebistas indicarem o vice de Jerônimo. Uma reunião entre Wagner e o governador Rui Costa realizada na Governadoria, na última quinta-feira (24), teve esse tema como pauta.
Como noticiou o Política Livre, as conversações entre governo e MDB iniciaram há uma semana, após, portanto, a saída do PP da base do governador. Além do ingresso de Fábio Vilas-Boas, também há a possibilidade de ingresso de Uldurico Júnior, que deve deixar o PROS para tentar a reeleição à Câmara Federal.
Davi Lemos