Bolsonaro herdou votos de Moro, mas parou de subir entre os mais pobres, mostra pesquisa

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A pesquisa Ipespe contratada pela XP Investimentos mostra que, ao contrário do que se imaginava com o pagamento do Auxílio Brasil, Jair Bolsonaro não tem conseguido capturar em massa os eleitores de menor renda que dizem votar em Lula para presidente.

O histórico da sondagem do Ipespe nesse segmento indica que o presidente deu um salto entre eleitores de baixa renda por herdar votos de Sergio Moro —e, depois disso, estacionou. Lula conseguiu permanecer com a preferência da metade do grupo.

No fim de março, Bolsonaro tinha 18% entre os eleitores que ganham até dois salários mínimos, contra 8% de Moro. Lula chegava a 54%. Na pesquisa seguinte, no começo de abril, já sem Moro, o presidente saltou sete pontos, para 25% —na movimentação mais significativa até agora nessa faixa do eleitorado. O petista oscilou para 52%.

A margem de erro em uma subamostra de pesquisa pode ser maior do que a da sondagem completa —mas a tendência de crescimento se mostrou evidente.

“Bolsonaro cresceu não por efeito do Auxílio Brasil, mas pela saída de Moro”, diz o cientista político Antonio Lavareda, do Ipespe.

No fim de abril, Bolsonaro permaneceu praticamente estável entre eleitores de baixa renda, oscilando um ponto —e cravando 26% da preferência. Lula oscilou para 50%.

Já na primeira pesquisa de maio, divulgada na sexta (6), a curva estacionou e os dois permaneceram exatamente com os mesmos percentuais no grupo de baixa renda: Bolsonaro manteve os 26%, e Lula, os mesmos 50% da preferência alcançada na pesquisa anterior.

No conjunto do eleitorado, Lula tem 44%, contra 31% de Bolsonaro.

Mônica Bergamo/Folhapress/Foto: Pedro Ladeira/Folhapress/Arquivo

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