Capitaneada pelo governador Rui Costa (PT), a escolha do secretário estadual de Educação, Jerônimo Rodrigues, para candidato da chapa governista à sucessão estadual pode ser considerada uma estratégia mais de contenção de danos para o partido do que uma saída efetivamente competitiva para suprir a lacuna aberta com a desistência do senador Jaques Wagner (PT) de concorrer, há três semanas.
Ela atende basicamente, por exemplo, a um anseio dos deputados estaduais e federais do PT de terem um nome para puxar votos para a legenda encabeçando a chapa majoritária, devidamente apoiado no governo por Rui, que assumirá a coordenação da campanha. Assim, se descortina no PT um cenário menos difícil para a reeleição dos parlamentares do que esteve prestes a acontecer.
É o que ocorreria caso a opção tivesse sido por uma candidatura ao governo de uma outra legenda.
Visto sob este prisma, explica-se a grita que os parlamentares lideraram contra a escolha do senador Otto Alencar (PSD) para candidato. Os, digamos, benefícios que o PT usufruirá da iniciativa podem ser extensivos também aos candidatos dos partidos com que formará a federação – PCdoB e PV. Mas as outras siglas que integram o grupo, no entanto, devem amargar dificuldades.
São dados como exemplos o PSD, do senador Otto Alencar, que vai concorrer à reeleição ao lado de Jerônimo, e o PSB, da deputada federal Lídice da Mata, que terá que suar muito para conseguir se reeleger. Ambos, aliás, podem sofrer sérias debandadas, se não forem devidamente compensados no governo com o provável espaço que sobrará caso o PP, do vice-governador João Leão, deixe a base.
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