A ONG Oxfam lançou nesta segunda-feira (23) durante o encontro anual do Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça) seu tradicional relatório sobre desigualdade global, no qual afirma que o mundo ganhou 573 novos bilionários desde 2020, e que neste ano um bilionário surge a cada 30 horas.
O dado representa uma desaceleração em relação ao de janeiro, quando a Oxfam projetava um novo bilionário a cada 26 horas.
O estudo “Lucrando com a Dor”, que examina o crescimento das fortunas durante o auge da pandemia do coronavírus, aponta ainda que a riqueza total dos 2.668 bilionários existentes no planeta hoje equivale a 13,9% do PIB global, uma fatia que é quase o triplo do que era em 2000 (4,4%) e soma US$ 12,7 trilhões (cerca de R$ 61 trilhões, ou 38 vezes o PIB do Brasil).
Durante a pandemia, os setores de energia, alimentos, tecnologia e medicamentos foram os que mais concentraram bilionários e empresas com altos lucros. No topo da lista está Elon Musk, o dono da Tesla, que, segundo a ONG, se manteria entre os 0,0001% mais ricos do mundo mesmo que se desfizesse de 99% de seu patrimônio, octuplicado em dois anos.
Nesse mesmo intervalo, alargaram-se os abismos de renda entre ricos e pobres e entre homens e mulheres, além de as discrepâncias no acesso à saúde terem aumentado.
A Oxfam elabora seu relatório com base na lista de bilionários publicada anualmente pela revista Forbes, a qual exclui dívidas do patrimônio, de 18 de março de 2021 a 11 de março de 2022 e depois aplica sobre os dados de 2020, a base comparativa, a inflação ao consumidor oficial dos Estados Unidos.
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