Empresas baianas participam de eventos internacionais

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Até o momento, Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias projeta realização de R$ 13,4 milhões em operações comerciais.

Bons ventos começam a soprar em favor das empresas baianas que apostaram nos mercados externos para distribuir seus produtos. De acordo com o Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (CIN/FIEB), as ações de estímulo às exportações e a participação das empresas baianas nas rodadas de negócio realizadas até o momento já projetam a realização de R$ 13,4 milhões em operações comerciais.

Os números, no entanto, podem ganhar musculatura até o final do ano. Até o próximo dia 1º de novembro, o CIN/FIEB lidera missão empresarial, realizada em  Portugal e França, com a participação de pequenos empresários baianos. A missão, voltada para empresas do setor de alimentos e bebidas, visa a abertura de novas oportunidade de negócios e inclui na programação evento de degustação e promoção dos produtos, reuniões com potenciais importadores, distribuidores, atacadistas e varejistas, além de visitas técnicas comerciais a redes de varejo e unidades de distribuição.

A missão empresarial para Portugal e França marca a retomada, no pós-pandemia, da participação dos pequenos exportadores baianos nos eventos internacionais de maior porte. Em Portugal, a missão aconteceu na cidade do showroom coletivo Origem Bahia no WOW – Quarteirão Cultural da cidade do Porto. Já na França, as atividades iniciaram em Paris, no dia 26 de outubro e segue até terça-feira, 1º de novembro. As empresas baianas participam do Salon du Chocolat, que conta com showroom coletivo para divulgar os produtos Origem Bahia. A programação também inclui a participação em evento exclusivo promocional de degustação e negócios na Embaixada do Brasil na França.

Patrícia Orrico, gerente do CIN/FIEB, explica a importância destes eventos para dar visibilidade aos produtos nacionais e para inserir as pequenas empresas baianas no processo de internacionalização. “É muito difícil para a pequena empresa conseguir estruturar uma estratégia comercial e internacional sem apoio. Seja por questões técnicas ou operacionais. Quando a gente estrutura uma missão empresarial, preparamos toda a agenda da missão, a contratação de serviços de tradução, a organização de atividades, rodadas de negócios no exterior e nada disso ocorreria se não fosse o suporte técnico e operacional que a gente dá, minimizando assim os custos que cabem à empresa”, destaca.

PRODUTO DE ORIGEM

As pequenas empresas, em contraponto aos grandes exportadores de commodities, trabalham com produtos de maior valor agregado e de custo mais alto. Segundo Patrícia, o foco nos produtos de origem se justifica em razão do seu diferencial simbólico, que agrega valor em um processo de exportação. “O objetivo é criar estratégias de promoção comercial a partir de valores como ser um produto de base familiar, de pequenas empresas, de valor agregado e vinculado ao território”, complementa.

Foi apostando nestes diferenciais que a empresa Jequitibá, de Ipiaú, resolveu “colocar o pé” no mercado externo. A Jequitibá é uma empresa familiar que produz mel de cacau, chocolates finos e amêndoas de cacau selecionadas. Como já tinha alguma noção da importância de abertura de novos mercados para os produtos nacionais, graças a uma experiência profissional anterior, o diretor da Jequitibá, Roberto Carlos Rabelo, não hesitou em buscar a expansão dos seus negócios.

O incentivo que faltava ocorreu há quatro anos, justamente quando participou do Salon du Chocolat de Paris. “Nosso produto foi bem comercializado, fizemos sucesso com um ilustre desconhecido, o mel de cacau, que é excelente para produzir drinques. Nosso estoque se esgotou no primeiro dia do salão”, conta. Roberto revela que também iniciou conversas com empresas para exportar o cacau superior que a sua empresa produz. Chegou a iniciar um processo de exportação, mas aí veio a pandemia e tudo parou. “Fiz exportação para Portugal e abrimos empresas em Lisboa para vender café, cachaça e guaraná, mas fomos prejudicados pela pandemia”, explica.

Estimulado pelas primeiras experiências, Roberto Rabelo aproveitou o período de isolamento para investir em capacitações e se inserir mais no mercado internacional. Ele destaca o apoio da FIEB, por meio do CIN, que sempre o mantém atualizado sobre eventos, rodadas de negócios e missões empresariais.

Uma destas ações permitiu a aproximação com traders comerciais e resultou numa parceria. “Numa destas rodadas conheci um trader que me representa no Chile”, revela. Ele também será representado por um parceiro comercial no evento que ocorrerá no final do mês de outubro, em Paris e em Portugal.

Roberto ainda não consolidou a internacionalização de seus produtos, mas avançou. “Estou em processo de exportação. Tenho mandado algumas amostras informalmente para países como Hungria, Nova Zelândia e Santiago do Chile, onde duas redes de supermercados estão interessadas nos meus produtos”, revela, listando ainda o interesse de traders da Rússia.

Para ele, o mercado externo pode ser a saída para os produtores de cacau da região sul, que sofrem com a desvalorização do preço da amêndoa no mercado nacional. “O produtor está restrito a um mercado dominado por poucas empresas moageiras, quando poderia se preparar para ampliar oportunidades no mercado externo”, avalia, ponderando que para isso é também necessária uma mudança de mentalidade.


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