Editorial: O exercício de ensinar sem educar

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“Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor”.

Paulo Freire

Um dos maiores desafios da educação em tempos de crise, em tempos de guerra, em tempos sem esperança, onde a opressão e a violência estão cada vez mais acentuadas e nos fazendo crer num futuro incerto, é o exercício de ensinar sem educar.

E esse desafio se torna maior ainda com a falta de compromisso de nossos gestores, representantes políticos de uma nação inteira, e embora o governo da República tem se manifestado positivamente em relação a educação básica, investindo alto, e também nas universidades e no conhecimento científico, em pesquisa e demais áreas de humanas, ainda falta muito para termos uma educação mais humanizada, desenvolvida e feliz.

Mas, mesmo o governo federal sendo o “fio condutor” de todas as iniciativas educacionais que norteiam a educação pública no Brasil, a prática fundamental dessas ações depende das outras esferas governamentais, principalmente dos governantes municipais, porque é nas cidades que de fato a educação é gerada, é onde a educação acontece, é o nascedouro do conhecimento que se espalha pelo país.

Diante da real necessidade de ENSINAR PARA EDUCAR ainda falta a participação da sociedade e da família, principalmente da família, que é a base, o alicerce para que a EDUCAÇÃO de verdade seja aplicada e corrigida ao longo da formação de crianças e jovens, essa educação básica, fundamental que é gerada pela família e nunca abandonada, pelo contrário, porque é na idade escolar, ao matricular-se na escola, que o acompanhamento da família se faz mais necessário, porque não se deve abandonar um filho nas mãos do professor, como se ele fosse o único responsável pela educação do seu filho.

Queremos enfim, destacar a importância desse “currículo paternal”, onde se possa reconhecer a figura paterna e materna dentro do processo educacional, mas não apenas como “visitante” do aprendizado do seu filho, e nem deixar somente a responsabilidade desse acompanhamento para as mães, que segundo a história machista e desumana dos nossos ancestrais, as mães já nascem com o instinto natural da educação dos filhos, como se fosse as únicas e exclusivas “educadoras naturais’, porque assim é o instinto materno. O pai, não pode ser apenas o provedor ou o único provedor da família, esse tempo acabou e está enterrado para sempre!

Os pais assumem de maneira igual não só o sustento da família, mas todas as despesas de seus filhos, que vão desde o berço até a universidade. A escola ensina, mas não tem a obrigação de educar. O educar, se a comunidade docente abraçar esse compromisso é uma escolha pessoal do educador, que é bem aceita, que é bem-vinda, mas não como uma obrigação curricular. Existem os contrários, que a gente até entende, as opiniões divergem, até a grade curricular e as propostas educacionais de cada cidade e estado, mas uma coisa deve prevalecer entre todos, e que deve ser uma luta de toda a sociedade brasileira. O conhecimento é para todos, e a educação nunca deve ser limitada.

Por Paulo Roberto

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