Alterações no regime de chuvas prejudicam a produção do campo

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A Companhia Nacional de Abastecimento reduziu a previsão para a safra de grãos por causa dos problemas climáticos.

Em uma fazenda em Sorriso, norte de Mato Grosso, as máquinas já colheram 70% da área plantada com soja. A produtividade do grão está abaixo da expectativa – uma queda de 20% na comparação com 2023.

“Ano passado, um grão dava quase dois grãozinhos. Tinha bastante massa. Hoje, você vê que, olha aí para você ver. Grão que não forma direito, que não finaliza o ciclo direito, onde que vai perdendo bastante na produção. E isso devido à chuva, devido à chuva que no começo faltou e agora com excesso de chuva”, diz Caio Henrique Costa Silva, gerente de fazenda.

Por causa desse cenário, a produção de soja tem previsão de queda de quase 12% em Mato Grosso na comparação com a safra passada. O estado é o maior produtor do grão no país. Mesmo assim, a estimativa é de que a produção nacional total supere a safra anterior em 0,4%. O aumento discreto é puxado pela região Sul do país, que deve produzir 21,6% mais soja.

O Jorge Penz é agricultor no Rio Grande do Sul e está otimista.

“Esse ano, sim, a gente está bastante animado. Fizemos investimento bom em perfil de solo, em cuidado com doenças, cuidado com pragas”, diz o produtor.
“Na região Centro-Oeste, Sudeste, parte do Nordeste, a gente teve anomalias de precipitação negativa, ou seja, pouca chuva no começo do plantio e tivemos altas temperaturas. Em compensação, na região Sul, nós tivemos excesso hídrico e temperaturas menores, mas de qualquer forma impactantes”, explica Aroldo Antônio de Oliveira Neto, superintendente de informações Conab.

Apesar do cenário praticamente estável para a soja, a Companhia Nacional de Abastecimento reduziu a previsão da safra total de grãos do país para 306,4 milhões de toneladas. Na colheita passada foram quase 320 milhões de toneladas de grãos.

“Logo que se iniciou o período de plantio, o período de safra, nós passávamos por um fenômeno climático de falta de chuva. Isso se estendeu por algum período muito além do que era expectativa. Houve necessidade de muito replantio. Já era esperado, e a Conab vem atualizando periodicamente. Então, esse quarto levantamento nos mostra, confirma, que realmente a gente vai ter uma queda na produtividade. Um outro acontecimento também que impacta direto na produção de milho segunda safra”, explica o analista de mercado Rodrigo Santos.

Em relação ao milho, a estimativa é uma produção de 117 de toneladas – redução de quase 11% na comparação com a safra passada.

Jornal da USP Foto Agencia Brasil

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