‘Pensa que esqueci da cervejinha e da picanha? Não esqueci’, diz Lula

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (23) não ter esquecido do preço “da cervejinha e picanha”, uma de suas promessas de campanha.

O chefe do Executivo disse ainda que ou diminui o preço da comida ou aumenta o salário das pessoas. A declaração foi dada durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto.

“Tudo isso vai acontecer, no momento que as coisas começaram a acontecer, o povo vai fazer avaliação correta do que está acontecendo no presidente. Podem não gostar de um presidente, mas vão gostar das políticas que está sendo colocada em prática nesse país, isso também já aconteceu no Brasil. Não tenho nesse instante preocupação [com pesquisas de aprovação]”, disse

“Pensa que esqueci da cervejinha e da picanha? Não esqueci. Preço da carne já abaixou mas tem que baixar mais, muito mais. Ou abaixa preço da comida ou sobe salario do povo”, completou.

O encontro com a imprensa é o primeiro do ano. Ele acontece em um momento em que Lula tenta mitigar desgastes de popularidade. Para isso, o presidente tem intensificado cobranças ao primeiro escalão. Ele pede tanto pela execução dos programas já anunciados quanto para que os ministros façam uma defesa mais engajada do governo.

Há cerca de um mês, em 18 de março, o presidente fez a primeira reunião ministerial de 2024 e colocou as pressões na mesa. Ele quer que os chefes de cada pasta saiam em defesa do governo federal de forma geral e não apenas de suas próprias áreas e ações.

Além da tendência apontada por Ipec e Quaest no início do mês, levantamento do Datafolha divulgado em 21 de março mostrou que a aprovação da gestão Lula empatou tecnicamente com a sua rejeição: 35% a 33%. No levantamento de dezembro, o placar estava em 38% a 30% —a margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Nesse cenário, o marqueteiro da campanha de 2022 de Lula, Sidônio Palmeira, intensificou a presença em Brasília. Em ao menos duas oportunidades desde 21 de março ele se encontrou com o mandatário para debater como melhorar a imagem do Executivo, incluindo uma reunião em 3 de abril no Palácio da Alvorada.

Mesmo sem cargo no governo, Palmeira ainda participou de reunião para discutir estratégia de comunicação de órgãos do governo. Ele foi chamado a orientar, também na quarta, a equipe da ministra da Saúde, Nísia Trindade, devido à alta dos casos de dengue pelo país e a embates com parlamentares no Congresso Nacional.

As cobranças também se dão por reforço na articulação política. Nesta segunda-feira (22) ele pediu que seus ministros entrem mais em campo para ajudar na relação com o Congresso Nacional, em um momento em que o governo vive crise com o Parlamento e sofre o risco de derrotas.

Lula pediu que o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), seja “mais ágil”. Também pediu que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deixe de ler livro e passe mais tempo discutindo com parlamentares.

Este é o primeiro café do presidente com jornalistas neste ano. Em 2023, foram quatro, dos quais a Folha participou de três — com exceção do café com mídia chamada independente.

Participam do encontro desta terça: Folha, Estadão, G1, Bloomberg, Valor, Canal Meio, O Globo, BandNews, ICL, Correio Braziliense, Broadcast, Jovem Pan, CBN, Metrópoles, Rádioweb, Reuters, TV Brasil, TV Record, TV Gazeta, My News, Veja, Poder360, UOL, Brasil de Fato, Carta Capital, Jota, DCM, O Tempo, R7, Rede TV, SBT, CNN, Revista Fórum, BBC Brasil, Itatiaia, Meio Norte, GloboNews.

Catia Seabra, Marianna Holanda e Renato Machado, Folhapress/Foto: Ton Molina /Fotoarena/Folhapress

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