Estando na 10ª posição entre as cidades mais violentas do mundo, Salvador tem em seus dois principais pré-candidatos à Prefeitura local algo em comum: a segurança pública. Tanto o atual prefeito e postulante à reeleição, Bruno Reis (União), quanto o vice-governador Geraldo Júnior, nome do grupo do governador Jerônimo para concorrer ao executivo municipal da capital baiana têm em suas propostas e discursos o combate ao crescimento da violência na cidade.
Do lado de Bruno, em abril deste ano, foi divulgado a criação de grupo de trabalho para ajustar a confecção do Plano Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (PMSPDS).
A expectativa é de que o Plano Municipal de Segurança Púbica adeque Salvador ao Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci II), promovido Governo Federal no final de 2023, o que faria com que a capital baiano obtivesse recursos da União para o setor.
Já do lado de Geraldo Júnior, a proposta é criar a Secretaria Municipal de Segurança Cidadã. “Vou contar com os vereadores desta cidade para aprovação desta secretaria e nós vamos fazer um remanejamento no organograma da prefeitura”, disse Geraldo em sabatina ao site Poder 360, onde afirmou ainda que a Secretaria Municipal de Segurança Cidadã estará em seu programa de governo.
Geraldo ainda salienta em entrevistas que irá valorizar a Guarda Municipal. Segundo eles, o órgão, na atual gestão, não é priorizado. Apesar de ter levantado o tema como prioridade, o vice-governador ainda não mostrou uma proposta concreta de atuação no setor. O que se vê, pelo menos nas redes sociais, é de que a prioridade do emedebista é o transporte público.
A falta de abordagem no assunto por Geraldo pode ter ligação com as críticas que o governador Jerônimo Rodrigues tem recebido sobre o tema, já que a Constituição Federal, lei maior que deve reger toda a atuação estatal, descreve em seu artigo 144: “A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”.
Salvador tem um dos quadros mais críticos em segurança pública entre as capitais. E a pior em taxa de homicídio de jovens (322,5 a cada 100 mil habitantes) e tem altos números de assassinatos (foram 1.568 em 2022, segundo o Atlas da Violência). Na capital, não existe uma secretaria específica para a segurança pública. O assunto está, majoritariamente, vinculado à Semop (Secretaria de Ordem Pública).
No entanto, especialistas em Segurança Pública têm cobrado dos pré-candidatos apresentação de propostas para que Salvador se adeque e tenha uma integração mais sistêmica entre os órgãos municipais de segurança com as demais agências estaduais e federais de segurança pública e justiça criminal.
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