O plantio de mil mudas de árvores nativas da Caatinga, marcou no último sábado (02), no município de Jaguarari – BA, o primeiro passo de um movimento ecológico que pretende recuperar a nascente do Munduri, na Serra dos Morgados.
Reunidos na mais importante nascente da comunidade, os moradores e equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Jaguarari, deram início aos trabalhos, que segundo um dos coordenadores do grupo, o professor Juracy Marques, vão ajudar na recuperação de uma área bastante degradada por desmatamento estrutural, perfuração excessiva de poços, mineração e, mais recentemente, pelos parques eólicos.
“O cuidado com as nascentes da serra integra um projeto maior que é a recuperação do Rio Estiva. Ele nasce na serra da Berinjela, percorre uma parte dos municípios baianos de Campo Formoso e Jaguarari e deságua em Juazeiro – BA, no Rio São Francisco”, situou. Juracy Marques acrescentou que o projeto é uma realização da Associação de Mulheres da Serra e vem sendo desenvolvido com financiamento do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF, vários parceiros e o apoio da Agrovale, que está doando as mudas.
“Fazemos parte da Cordilheira do Espinhaço, única do Brasil, em uma área que é um ecótono, com uma rica biodiversidade de mata atlântica, caatinga e cerrado. E, onde também está a maior mineradora de diamantes, ouro, esmeralda, cobre e ferro da América Latina, que trouxe grandes danos aos sistemas hídricos”, ressaltou.
O movimento conta com a participação de mais de 270 moradores da região que trabalham com agricultura familiar, orgânica e a pequena pecuária. “Estamos sonhando com a possibilidade de um dia fazer uma grande recuperação desses espaços. Se a gente não pode salvar o mundo, pelo menos, precisamos cuidar da nossa casa”, destacou a chef de cozinha, Juci Melo, outra parceira da Serra dos Morgados.
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