Por rejeição de Bolsonaro, campanha de Lula decidiu explorar a aquisição de 51 imóveis pelo presidente e seus familiares. QG da reeleição busca ‘humanização’ para quebrar resistência do eleitorado feminino.
Diante da possibilidade do segundo turno, a campanha de Lula decidiu viralizar um novo vídeo eleitoral dedicado exclusivamente a atacar a compra de dezenas de imóveis em dinheiro vivo por Jair Bolsonaro (PL) presidente e seus familiares.
A nova peça, que começou a ser veiculada na TV e nas redes sociais no fim de semana, chama de “escândalo tamanho família” a as aquisições de imóveis milionários feitas pelos Bolsonaro com o uso de dinheiro vivo reveladas em uma reportagem do portal UOL.
Segundo o UOL, e Bolsonaro e seus familiares compraram 51 imóveis desde a década de 1990 usando dinheiro em espécie. Embora a prática não seja ilegal, ela levanta suspeita de lavagem de dinheiro – que é o crime de ocultar a origem ilegal de recursos financeiros.
A decisão de explorar o caso – revelado na quarta-feira da semana passada – marca uma mudança de postura da campanha do Lula. Até aqui, os ataques visavam a colar em Bolsonaro a responsabilidade pelo aumento da fome e da inflação e em criticá-lo pela gestão durante a pandemia.
Já a campanha de Bolsonaro, além de seguir explorando escândalos de corrupção no governo do PT, vai reforçar a ofensiva para conquistar o eleitorado feminino – em que Lula tem uma vantagem maior sobre o presidente, segundo as pesquisas Datafolha e Ipec – principalmente por meio da exposição da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Um vídeo preparado pelo QG bolsonarista e divulgado neste fim de semana mostra Michelle comentando que as políticas do governo do presidente para as mulheres chegam a dar “até um ciuminho.”
No mesmo vídeo, Bolsonaro é chamado diversas vezes pelo primeiro nome, Jair, numa estratégia para humanizar o presidente e minimizar a resistência do eleitorado à figura vista como bélica do presidente.
Armas
Também no final de semana, Bolsonaro participou de um evento com mulheres e perguntou se as mulheres preferem uma arma ou a a lei Maria da Penha.
Lula, em evento também no final de semana, voltou a atacar a agenda de armas de Bolsonaro, para tentar conquistar o voto da mulher evangélica.
Por Andréia Sadi/G1