Editorial: Entre verdades e mentiras

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As massas nunca tiveram sede da verdade. Distanciam-se dos fatos que lhes desagradam e adoram as mentiras cômodas que sustentam suas ilusões. Quem souber enganá-las, facilmente será seu dono! E quem tentar desenganá-las, fatalmente será seu inimigo”.

Psicologia das Massas – Gustav Le Bon

Em meio a desordem social e política que o Brasil vem enfrentando, principalmente nos últimos 4 anos, desde que o presidente Jair Bolsonaro tomou posse, e também devido aos últimos acontecimentos no período eleitoral de 2022, onde os principais candidatos a presidência da República protagonizaram cenas grotescas ao longo de suas campanhas, o eleitorado brasileiro, mesmo sendo minoria o número de indecisos e os que já se declararam nulos e brancos, está decepcionado com a política nacional.

E por que parte do eleitorado brasileiro está decepcionada com a política nacional, até mesmo após a decisão do 2º turno da eleição presidencial, e em alguns estados para governador? Não é difícil entender o motivo, que está exposto em mídias sociais, rede nacional de televisão, entre outros veículos de comunicação de massa, que pesquisam sobre a insatisfação dos eleitores brasileiros aptos a votar.

Não é somente a insatisfação é decepção mesmo com a política, ou melhor, com os políticos, que fazem da política moeda de troca, carreira profissional, interesse próprio, projeto de poder, e para alcançar seus objetivos, os mais inescrupulosos possíveis, se valem de reiteradas mentiras, propagandas maliciosas, ataques à democracia, entre outros atos não republicanos, não se importando em debater ideias, projetos para o país, nas mais diversas áreas, e o futuro da nossa nação, que passa pela política, mas política de estado e não de governo.

No período eleitoral já finalizado, os candidatos aos governos dos estados e à presidência da República, não aproveitaram os espaços de mídia no horário eleitoral gratuito, nos rádios e nas TVs, para melhor esclarecer à população eleitora do país, quais as suas principais propostas para o futuro, de maneira mais ampla e real. Não aproveitaram também, de maneira adequada os espaços de debates promovidos pelos diversos meios de comunicação. Os espaços que poderiam ser aproveitados com civilidade, respeito, propostas para um país real, projetos concretos que saiam do papel, enfim, o que de fato interessa à nação, serviram apenas para protagonizar um festival de asneiras, de mentiras, de meias-verdades, e de ataques pessoais do “sujo falando do mal lavado”. A única verdade desse tipo de confronto sem nenhuma produtividade, é que teremos um presidente eleito, e lamentavelmente a história nos mostra mais uma vez que na política não se aprende nada com o passado.

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