Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, morreu aos 82 anos nesta quinta-feira, 29, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O Rei do Futebol estava internado desde 29 de novembro.
Diagnosticado com câncer de cólon em setembro de 2021, Pelé também teve Covid-19 e depois uma infecção respiratória, da qual estava se recuperando. No entanto, o último boletim médico, divulgado em 21 de dezembro, informou que o câncer do ex-jogador havia piorado.
Eleito Melhor Jogador do Século 20, pela FIFA, a morte de Pelé é de comoção mundial.
Segundo informações do G1, a família ainda não divulgou detalhes sobre o velório, mas uma estrutura foi montada na Vila Belmiro nos últimos dias para receber a vigília. O sepultamento ocorrerá em Santos.
Os últimos meses de Pelé
No dia 29 de novembro, Pelé foi ao hospital para reavaliar seu tratamento quimioterápico, mas acabou internado depois de ser diagnosticado com uma infecção respiratória. Desde então, ele vinha reagindo bem ao quadro infeccioso.
Em 3 de dezembro, a Folha de S. Paulo divulgou que o craque já não respondia mais à quimioterapia e estava em cuidados paliativos. Informação que foi negada pelas filhas de Pelé no dia seguinte, quando concederam entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo.
Na ocasião, Flávia e Kely Arantes tranquilizaram os fãs do ex-jogador e esclareceram que ele estava no hospital apenas para tratar da infecção no pulmão, motivo da internação.
“Não gosto de falar que o tratamento do câncer não deu certo. Claro que deu, está dando, enquanto ele estiver aqui, vivo e respirando, está dando super certo. É que de tempos em tempos eles vão ajustando a medicação. É muito injusto começar a falar que ele está em tratamento terminal, em estado paliativo. Não é isso, acreditem na gente”, afirmou Flávia.
Porém, no dia 21 de dezembro, o boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Einstein informou que Pelé apresentou uma progressão do câncer de cólon e que a doença estava causando disfunções nos rins e no coração: “O paciente segue internado em quarto comum, sob os cuidados necessários da equipe médica”, finalizava o texto.
Sem previsão de alta, a família do Rei do Futebol se reuniu no hospital para passar a noite de Natal junto com ele.
Na ocasião, Flávia e Kely Arantes tranquilizaram os fãs do ex-jogador e esclareceram que ele estava no hospital apenas para tratar da infecção no pulmão, motivo da internação.
“Não gosto de falar que o tratamento do câncer não deu certo. Claro que deu, está dando, enquanto ele estiver aqui, vivo e respirando, está dando super certo. É que de tempos em tempos eles vão ajustando a medicação. É muito injusto começar a falar que ele está em tratamento terminal, em estado paliativo. Não é isso, acreditem na gente”, afirmou Flávia.
Porém, no dia 21 de dezembro, o boletim médico divulgado pelo Hospital Albert Einstein informou que Pelé apresentou uma progressão do câncer de cólon e que a doença estava causando disfunções nos rins e no coração: “O paciente segue internado em quarto comum, sob os cuidados necessários da equipe médica”, finalizava o texto.
Sem previsão de alta, a família do Rei do Futebol se reuniu no hospital para passar a noite de Natal junto com ele.
A trajetória do Rei do Futebol
Nascido em 23 de outubro de 1940, na cidade de Três Corações (MG), Pelé sempre foi apaixonado por futebol e costumava jogar na rua. Em 1944, ele e a família se mudaram para a cidade de Bauru, em São Paulo.
Crédito: Reprodução/InstagramPelé compartilha imagem rara de sua infância
Pelé começou a carreira de jogador de futebol aos 10 anos, quando foi defender o Bauru Atlético Clube. Até que em 1956, o jogador Waldemar de Brito reconheceu o talento de Pelé e convidou o jovem, na época com 15 anos, para treinar no Santos Futebol Clube.
O jogador atuou no Santos por mais de duas décadas (de 1956 a 1974), período em que o time ganhou mais de quarenta títulos. A carreira no Santos levou Pelé a ganhar o título de artilheiro do campeonato paulista 11 vezes. Ele também foi artilheiro da Taça Brasil, da Taça Libertadores e do Torneio Rio São Paulo.
Crédito: Reprodução/InstagramPelé na época que jogava no Santos
Depois de sair do Santos, Pelé jogou no time americano New York Cosmos de 1975 a 1977, onde conquistou o Campeonato da Liga Americana e foi eleito presidente honorário do clube.
Na Seleção Brasileira, o craque também deixou seu legado memorável de 91 jogos oficiais disputados e 77 gols marcados. Pelé estreou vestindo a amarelinha em 1957, com apenas 16 anos, e só se despediu da equipe aos 31 anos, em 1971. Ao longo de sua trajetória na seleção, o jogador brilhou como camisa 10 e ajudou o Brasil a ganhar três Copas do Mundo: 1958, 1962 e 1970.
Crédito: Reprodução/InstagramPelé na Copa do Mundo de 1970
Em 1977, Pelé se aposentou do futebol, totalizando por fim 1282 gols em sua carreira. Mas o Rei não parou por aí. Em 1995, ele virou Ministro do Esporte no governo de Fernando Henrique Cardoso. Durante seu exercício no cargo, que durou até 1998, o ex-jogador criou uma lei que visava dar maior transparência e profissionalismo ao futebol, que ficou conhecida como “Lei Pelé”.
Por que o jogador ficou conhecido como Pelé?
A história do apelido mais famoso do esporte vem da infância do Rei. Filho de Maria Celeste Arantes do Nascimento e de João Ramos do Nascimento, aos quatro anos de idade, Edson acompanhava os treinos de seu pai, que era conhecido como Dondinho, no Vasco da Gama de São Lourenço.
O destaque do time era o goleiro José Lino da Conceição Faustino, apelidado como Bilé, que se tornou uma inspiração para Edson, que durante as brincadeiras fingia ser o ídolo. Porém, sua dicção ainda estava em formação, então o garoto não conseguia pronunciar o nome Bilé e acabava trocando por algo parecido com “Pilé”.
O fato fez com que os colegas adotassem o apelido de Pelé. Ele não gostou muito da ideia, o que fez com que o apelido pegasse mais ainda entre os amigos e familiares.
A vida do craque fora dos campos
Pelé foi casado com Rosemeri dos Reis Cholbi entre 1966 e 1980, com quem teve três filhos: Kely Cristina, Jennifer e Edinho, que também se tornou jogador de futebol.
Crédito: Reprodução/InstagramPelé ao lado de seus filhos e de sua enteada
O ex-atacante do Brasil foi um forte crítico do regime militar no país. Ele chegou a afirmar que o “brasileiro não sabe votar”. Além de deixar uma declaração sobre sua aposentadoria da seleção: “Muita gente não sabe, mas não joguei em 1974 por desgosto em relação ao regime político do país. Era a época da ditadura.”
Já na década de 1980, após se conhecerem numa sessão de fotos, Pelé e Xuxa namoraram por seis anos. Na época a apresentadora, que era modelo e tinha apenas 17 anos, pensou em terminar o relacionamento, pois era acusada de estar interessada na fama e no dinheiro de Pelé.
Quando Xuxa tinha 23 anos, o namoro acabou e teve um fim bastante conturbado. A apresentadora, que anos depois iria virar a Rainha dos Baixinhos, disse que foi traída várias vezes por Pelé.
Em 1990, ele começou a namorar com Assíria Nascimento, anos mais tarde se casou com ela e teve filhos gêmeos, Joshua e Celeste, o mesmo nome da mãe dele. Pelé se separou de Assíria em 2008.
Dois anos mais tarde, Pelé começou a namorar com a empresária Márcia Cibele Aoki. Os dois se casaram em 2016, união que completaria sete anos em junho de 2023.
Crédito: Reprodução/InstagramPelé ao lado de sua esposa, Márcia Aoki
Polêmica da filha que Pelé não reconheceu
Pelé teve uma vida marcada por diversas polêmicas envolvendo duas filhas fora de seu relacionamento com Rose, sua primeira esposa. Uma delas, a fisioterapeuta Flavia Arantes do Nascimento, foi reconhecida por Pelé em 2002 e manteve uma ótima relação com o pai durante todos esses anos.
Já a outra filha, a ex-vereadora de Santos Sandra Regina Machado, nunca teve a paternidade assumida pelo ex-jogador do Santos. Em 1991, ela entrou com uma ação judicial contra o craque para ser reconhecida como filha dele.
Nascida na cidade do Guarujá em 1964, ela alegou que era fruto do relacionamento do jogador com a empregada doméstica Anízia Machado. Na época do envolvimento, Pelé já namorava com Rose, sua primeira esposa.
A batalha judicial durou cinco anos e, em 1966, a conclusão foi de que Sandra era filha biológica de Pelé. No entanto, mesmo com o resultado do DNA confirmando a paternidade, os dois nunca tiveram uma relação afetiva de pai e filha.
Em 2006, Sandra morreu em decorrência de um câncer de mama. Em 28 de dezembro deste ano, os filhos dela, Octávio Felinto Neto e Gabriel Arantes do Nascimento, chegaram a visitar Pelé no hospital.
A vida de aposentado e os 80 anos de Pelé
Em 2012, 2015 e 2017, Pelé se submeteu a cirurgias nos quadris. Como enfrentava dificuldade para caminhar, ele passou a se locomover em uma cadeira de rodas.
Nos anos seguintes, ele veio a público em diferentes momentos: primeiro em 2018, quando foi a Moscou para o sorteio da Copa do Mundo da Rússia, e depois num encontro com o jogador do PSG, Kylian Mbappé, em 2019.
Em 2020, o Rei do Futebol completou 80 anos. Naquele ano, Pelé passou o período de pandemia em quarentena na sua casa no Guarujá, litoral de São Paulo.
Crédito: DivulgaçãoPelé divulga vídeo às vésperas de seu aniversário de 80 anos
Sobre os 80 anos de vida comemorados no dia 23 de outubro, ele deixou a mensagem em um vídeo enviado a jornalistas: “Agradeço a todos os que me mandaram cumprimentos. Agradeço a Deus pela saúde de chegar aqui lúcido. Em todos os lugares do mundo em que chego sou bem recebido, as portas sempre estão abertas no mundo todo. Espero que, quando chegar ao céu, Deus me receba da mesma maneira que todos me recebem hoje graças ao nosso querido futebol.”
Após o diagnóstico do câncer de cólon em 2021, Pelé passou por uma cirurgia para a retirada do tumor em 4 de setembro do mesmo ano. Desde então, seguia fazendo o tratamento.