O presidente Jair Bolsonaro (PL) programou, para as 20h30 desta sexta-feira (31/12), um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão. Na manhã de hoje, ele foi às redes sociais “convocar” opositores a fazer um panelaço contra, em suas palavras, um governo “sem corrupção”. Ainda neste mês, no entanto, ele afirmou não ter certeza da ausência de ilicitudes em sua gestão.
A despeito do irônico chamamento de Bolsonaro, grupos ligados à esquerda brasileira, sobretudo, têm se programado para protestar durante o discurso. A fala de ano novo está prevista para durar aproximadamente seis minutos.
“Estou convocando toda a esquerda do Brasil para fazer um panelaço bem grande. Para comemorar três anos sem corrupção”, disse, em vídeo publicado nas redes sociais. “Deve ser isso que está incomodando muito a esquerda no Brasil”, emendou.
O vídeo publicado por Bolsonaro é composto pela colagem de duas falas dele a respeito do panelaço, durante duas conversas, em momentos distintos, com apoiadores.
No último dia 6, no “cercadinho” montado em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília, Bolsonaro adotou outro tom.
“Não vou dizer que no meu governo não tem corrupção, que a gente não sabe o que acontece, muitas vezes. Se tiver qualquer problema no meu governo, a gente vai investigar. Não posso dar conta de mais de 20 mil servidores comissionados, ministério com mais de ‘300 mil’ funcionários. A grande maioria são pessoas honestas”, afirmou, enquanto conversava com um apoiador que contou ter entregue um pen drive com suposta acusação de corrupção na esfera federal.
Bolsonaro, porém, tem precisado lidar com investigações que se abatem sobre a própria família. Carlos (Republicanos-RJ), vereador do Rio de Janeiro, é suspeito de contratar funcionários fantasmas na Câmara Municipal da capital fluminense. Flávio (PL-RJ), senador, está na mira das autoridades por supostas “rachadinhas” de salário durante o tempo como deputado estadual no RJ. Correio Braziliense / foto: arquivo