Governo tenta fazer Adolfo Menezes desistir de reeleição para minar chance de Coronel assumir controle da AL-BA

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Começou a contar nesta terça-feira (14) as 48 horas que o governo tem para encontrar uma equação de consenso para a eleição da presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). A ideia é chegar na Lavagem do Bonfim, na próxima quinta (16), com o martelo batido.

A discussão, que estava presa inicialmente em torno da primeira vice-presidência, ganhou uma nova configuração nesta segunda-feira (13) a partir de uma forte operação para fazer o presidente Adolfo Menezes (PSD) recuar da tentativa de reeleição, a fim de evitar um bate chapa dentro da base entre Angelo Filho (PSD) e Rosemberg Pinto (PT). Ambos miram a primeira vice em razão do já conhecido parecer do Supremo Tribunal Federal (STF) que deve impossibilitar Menezes de exercer um segundo mandato dentro da mesma legislatura.

Com a eventual saída de Adolfo, o governo passou a considerar os nomes de Ivana Bastos e Alex da Piatã, ambos do PSD. Ivana já tentou chegar à presidência em 2023, depois de ter sido a deputada mais votada na Bahia nas eleições de 2022, mas não reuniu as condições políticas à época. Agora, tem o apoio expresso do senador Otto Alencar, cacique do PSD na Bahia. Seu desafio agora é construir internamente com os deputados um ambiente fértil para ter a benção final do governo.

Se novamente não reunir as tais condições políticas, o plano B para Ivana é Alex da Piatã, deputado de perfil discreto e também da confiança de Otto e do governo.

Por outro lado, se Adolfo recuar, e mesmo assim Ivana não se viabilizar, o senador Angelo Coronel (PSD) não descarta lançar Angelo Filho como candidato a presidente.

Segundo interlocutores, a movimentação para o recuo de Adolfo passou a contar também com a participação do ministro da casa Civil Rui Costa (PT), que não quer deixar Angelo Coronel aumentar seu poderio político com a eventual ascensão de seu filho à presidência do Legislativo, o que pode virar uma dor de cabeça para a montagem da chapa majoritária em 2026.

Rui Costa não esconde de ninguém o desejo de ser candidato ao Senado, formando uma chapa puro sangue com o governador Jerônimo Rodrigues e o senador Jaques Wagner, todos do PT.

Rui e Adolfo Menezes devem se encontrar em Brasília nesta terça durante a posse do baiano Sidônio Palmeira como novo ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo Lula. Segundo fontes, o ministro está inclinado a pedir a Adolfo que reconsidere a tentativa de reeleição.

Sem a presidência da Assembleia, o roteiro previsto para Menezes é assumir uma cadeira como conselheiro no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-BA), com a garantia de ter ajuda do governo para eleger sua esposa, Denise Menezes, como deputado estadual em 2026.

Política Livre/Foto: Vaner Casaes/ALBA/Arquivo

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