** Em 2017-2018, 80,5% dos nordestinos tomavam café, 80,0% comiam arroz e 57,3% comiam feijão. Os três alimentos perderam consumidores na comparação com 2008-2009;
** Considerando os 101 produtos investigados, o percentual de pessoas que consumiram carne bovina foi o que mais caiu entre os moradores do Nordeste, de 44,4% em 2008-2009, para 33,5% em 2017-2018;
** No outro extremo, os adoçantes tiveram o maior aumento: viram seu número de consumidores crescer de 0,0% da população nordestina em 2008-2009 para 8,2% em 2017-2018, segunda maior percentagem entre as regiões, perdendo apenas para o Sudeste (10,2%);
** Os alimentos que menos pessoas consumiram no Nordeste, em 2017-2018, foram o vinho, o chuchu e a couve, cada um por apenas 0,2% da população da região;
** Entre 2008 e 2018, o Nordeste foi uma das duas regiões onde cresceu o percentual de pessoas que consumiram alimentos fora de casa: de 33,5% para 34,8%. Também houve avanço, mais intenso, no Centro-Oeste: de 42,0% para 47,7% da população;
** Os três alimentos mais consumidos fora de casa no Nordeste, em 2017-2018, foram bebidas alcoólicas: destilados (72,9% consumidos fora), cerveja (65,7%) e vinho (55,3%);
** As informações são do estudo "Análise do consumo alimentar pessoal no Brasil”, elaborado pelo IBGE, em parceria com o Ministério da Saúde, a partir dos resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018.
** Os dados básicos utilizados foram os registros de forma detalhada dos “recordatórios" dos alimentos consumidos pelos informantes ao longo de dois dias não consecutivos. Os diferentes tipos de alimentos e as unidades de medidas utilizadas foram obtidos de forma direta, ou seja, por meio de entrevista com os moradores com 10 anos ou mais de idade, residentes nos domicílios selecionados.
Em 2008 e 2018, os quatro alimentos mais populares no Nordeste se mantiveram os mesmos: café, consumido por 80,5% da população de 10 anos ou mais de idade na região; arroz, consumido por 80,0%; feijão, por 57,3%; e pão de sal, por 44,2%.
Nesses dez anos, porém, todos eles perderam participação no consumo da população nordestina.
Dentre os líderes na região, o pão de sal teve a maior queda. Em 2008-2009, era consumido por 55,0% das pessoas no Nordeste, indo a 44,2% em 2017-2018, um recuo de 10,8 pontos percentuais. Foi a segunda maior perda de participação dentre todos os 101 alimentos investigados na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do IBGE.
O feijão veio em seguida, com a terceira maior redução entre todos os alimentos, caindo de uma frequência de consumo de 67,1% para 57,3% da população do Nordeste (-9,8 pontos percentuais), entre 2008 e 2018.
Já o café teve queda de 3 pontos percentuais (de 83,5% para 80,5%), e o arroz teve uma leve variação negativa no consumo, de 80,3% para 80,0% da população nordestina, entre 2008 e 2018.
Considerando todos os 101 alimentos investigados, o percentual de pessoas que consumiram carne bovina foi o que mais caiu entre os moradores do Nordeste.
Em 2008-2009, 44,4% da população da região havia ingerido carne bovina no período de pesquisa da POF. Dez anos depois, o percentual havia recuado para 33,5% (-10,9 ponto percentuais). Essa mudança fez a carne passar de 5o para 8o alimento com maior número de consumidores no Nordeste, entre 2008 e 2018.
No outro extremo, os alimentos que viram seu número de consumidores crescer mais na região foram, respectivamente, os adoçantes, as aves e os sanduíches.
Em 2008-2009, os adoçantes praticamente não eram consumidos no Nordeste. Arredondando, 0,0% da população de 10 anos ou mais de idade na região havia ingerido o produto no período de coleta da POF. Em 2017-2018, esse número de consumidores cresceu e chegou a significativos 8,2% da população, a segunda maior percentagem entre as regiões, perdendo apenas para o Sudeste, onde 1 em cada 10 pessoas (10,2%) consumiu adoçantes em 2017-2018.
Assim, entre 2008 e 2018, no Nordeste, os adoçantes passaram da última colocação entre os 101 alimentos investigados pelo IBGE para a 25a.
O percentual de pessoas que consumiram aves também aumentou de forma significativa no Nordeste, de 29,7% em 2008-2009 para 37,4% em 2017-2018, maior percentual entre as cinco grandes regiões brasileiras. Nesse intervalo de tempo, as aves passaram de 8o para 6o alimento mais popular entre os nordestinos.
Os sanduíches aparecem em terceiro lugar entre os alimentos que mais ganharam consumidores no Nordeste. Em 2007-2008 eram consumidos por 4,4% das pessoas de 10 anos ou mais de idade na região (34a posição entre os 101 alimentos pesquisados). Dez anos depois já eram consumidos por 1 em cada 10 nordestinos (11,2% da população), ficando como 18o alimento mais popular.
Comparando o perfil alimentar, o consumo de milho e preparações à base de milho foi mais citado pela população nordestina (por 25,8% das pessoas de 10 anos ou mais) do que no resto do país, onde variou entre 6,2% e 8,6%. O mesmo foi observado para o feijão verde/de corda, cujo consumo foi mais frequente no Nordeste, relatado por 13,5% da população, do que nas demais regiões, onde chegou a um máximo de 2,3% (no Norte).
Considerando a quantidade de alimento consumida por cada pessoa de 10 anos ou mais de idade, ou o consumo diário per capita, o café (151,9 litros/dia) e o arroz (138,0 gramas/dia) também lideravam no Nordeste, em 2017-2018. Os sucos vinham em terceiro lugar (136,9 l/dia per capita), seguidos pelo feijão (125,9 g/dia) e as aves (58,7 g/dia per capita, em média).
Já os alimentos que menos pessoas consumiram no Nordeste, em 2017-2018, foram o vinho, o chuchu e a couve. Cada um foi consumido por apenas 0,2% da população de 10 anos ou mais de idade na região, durante o período de coleta da POF.
Em relação a 2008-2009, nenhum deles mostrou diferença significativa em termos de frequência de consumo: naquele ano, 0,3% da população do Nordeste havia ingerido chuchu e couve e 0,1% havia bebido vinho.
O chuchu e a couve foram também os alimentos consumidos em menor quantidade por pessoa, no Nordeste, com um per capita de 0,1 g/dia, cada um, em 2017-2018.
Entre 2008 e 2018, o Nordeste foi uma das duas regiões onde cresceu o percentual de pessoas que consumiam alimentos fora de casa. Ele passou de 33,5% da população de 10 anos ou mais de idade para 34,8%, nesse período.
A porcentagem da população que fazia refeições fora também aumentou no Centro-Oeste, e de forma mais intensa, passando de 42,0% para 47,7%, entre 2008 e 2018.
De modo geral, houve redução da prevalência de consumo alimentar fora do domicílio no Brasil como um todo (de 40,2% em 2008-2009 para 36,5% em 2017-2018). A redução mais expressiva foi na região Norte (de 42,6% da população para 30,5%).
Os três alimentos mais consumidos fora de casa no Nordeste, em 2017-2018, eram bebidas alcoólicas: bebidas destiladas (72,9% consumidas fora), cerveja (65,7% consumida fora) e vinho (55,3%). Em seguida vinham outras bebidas não alcoólicas (51,%) e salgados fritos e assados (46,9% consumidos fora de casa).